01 fevereiro 2016

Resenha: A Casa do Céu


    Baseado em uma história real, o livro nos conta com extremos detalhes toda a trajetória de Amanda Lindhout desde a infância até o seu auge de sucesso, ao ser sequestrada, torturada e estuprada. 
   Tudo começa ainda na infância quando Amanda tem uma família turbulenta e problemática: o pai saiu de casa se assumindo homossexual para ir morar com outro homem; sua mãe sempre escolhendo péssimos namorados e sendo agredida por alguns deles; seus irmãos perdidos e procurando em Amanda o “afeto” que eles não recebem dos pais... Enfim, na primeira oportunidade ela sai de casa para viver como quer e fugir dessa turbulência que tanto a sufoca. 
   Ela acaba de completar dezoito anos quando muda de cidade e vai morar com o seu namorado tentando buscar algo mais para sua vida, mas as dificuldades só estão começando, pois ela começa a perceber as dificuldades de uma vida adulta quando as responsabilidades e despesas começam a bater em sua porta. 
   Ela encontra sua fonte de ouro quando é contratada como garçonete em um bar de luxo na cidade e começa a economizar as imensas gorjetas com uma ideia de sair para conhecer o mundo, e logo após ter uma quantia razoável ela e o namorado arrumam suas mochilas e embarcam em suas primeiras viagens, mas o namoro não dura muito, pois ele não consegue acompanhar a empolgação de Amanda e a deixa livre para suas descobertas ao redor do mundo. 
   É uma dessas viagens que ela tem sua vida mudada drasticamente.
   Sua nova realidade consiste em usar o dinheiro que ganha nas viagens para bancar ainda mais viagens, isso porque ela passou a usar os relatos e imagens como forma de trabalho passando a escrever para pequenos jornais no seu país natal contanto todos os detalhes sobre os países em que embarcava, sobre as diferentes culturas, sobre como cada país tem as suas características, sobre como as pessoas são extremamente diferentes... Enfim, sobre a diversidade que ela encontra ao visitar vários países. 
   E é quando chega a Somália que atinge seu ápice de loucura, porque acaba de pousar em um país considerado um dos mais perigosos do mundo. Ela se depara com um povo rigidamente religioso e intolerante quando se trata de estrangeiros, tendo assim um choque imenso de cultura. 
   Depois de alguns dias de visitações cuidadosamente feitas, ela e Nigel – seu companheiro de viagem – são as vítimas de um sequestro “comum” naquela região. Já que o país é extremamente pobre e sem renda, alguns grupos religiosos surgiram ao ver oportunidade de ganhar dinheiro com estrangeiros realizando sequestros e cobrando diretamente do governo quantias grandiosas pela liberdade de seus reféns. 
   A partir daí, ela irá nos contar detalhadamente tudo o que passou enquanto estava sendo mantida como prisioneira sofrendo torturas, humilhações, estupros e agressões diárias. 

   Ao terminar a leitura desse livro, me vi surpreso pela conexão que criei com a história e maravilhado com o conhecimento que ele me proporcionou. Com absoluta certeza, ele foi uma das melhores leituras do ano de 2015 ~se não a melhor~ porque simplesmente foi um livro extremamente chocante mas que a cada página transparece uma mensagem incrível sobre a liberdade e esperança humana. Traz-nos grandes reflexões e críticas sobre o nosso mundo hoje e sobre como a diversidade pode causar um choque intenso entre culturas. Fiquei sem palavras para me expressar e até mesmo hoje ao escrever essa resenha (meses depois de ter lido o livro) ainda não encontrei as palavras certas para definir o quão intenso esse livro é e quantas emoções e revoltas ele causou em mim.
   Sem sobra de dúvidas, quando me pedirem uma indicação de leitura esse será um dos primeiros que virá em mente. Até mais Ledores!

Nenhum comentário:

Postar um comentário