11 maio 2015

Resenha: Gênesis

    Na ocasião em que a Terra foi arrasada pela Peste, os sobreviventes reuniram-se em uma nova sociedade. Separados do mundo exterior por uma cerca em pleno oceano, vivem em absoluto isolamento – aviões que se aproximam são abatidos; refugiados, executados. Até que um soldado escolhe romper com as regras e, em vez de disparar, resgata das águas uma menina. Seu nome é Adam Forde. Ele muda para sempre o curso da História. Anaximandra, uma jovem de 14 anos, estudou a fundo esses dados históricos. Numa sala com pouca luz ela está sentada diante de três Examinadores para uma exaustiva prova de quatro horas. Adam Forde, seu herói, morto há bastante tempo, é o tema do exame. Se aprovada, ela será admitida na Academia – a instituição de elite que governa aquela sociedade utópica. Anax, porém, está prestes a descobrir que nem tudo consta dos registros acadêmicos. Há fatos, imagens, arquivos a que nem todos têm acesso. Antes que a avaliação termine, virão à tona o obscuro segredo da Academia e a realidade assustadora daquele admirável mundo novo. Inquietante e de uma ingenuidade encantadora, Gênesis conduz a um futuro em que antigas – e eternas – questões filosóficas se chocam com o avanço tecnológico – quando o significado de ser humano, ter consciência e ter alma tornam-se questões centrais.

RESENHA
   Quatro horas é o tempo de teste que Anaximandra terá que fazer para entrar para a Academia, uma instituição composta pelas pessoas mais inteligentes da nova sociedade República, que é uma ilha abrigada pelas gerações dos sobreviventes de um vírus que exterminou a raça humana há muito tempo atrás.
   Apesar de estarem seguros e a salvos desse vírus, os habitantes não estão livres... Para manter o lugar em ordem e para que todas as pessoas sigam as leis dessa sociedade acima de qualquer coisa, inclusive seus instintos humanos, os governadores de República usam toda a tecnologia avançada à seu favor. 
   Nessa utopia, homens são separados das mulheres e para casarem e se relacionarem precisam ter permissão. E mesmo quando casados essa divisão permanece e caso a mulher fique grávida, ao nascer a criança é retirada de suas mãos e levada para um tipo de orfanato, onde ali a criança será supervisionada até uma certa idade onde seu futuro será decidido de acordo com suas habilidades.
   E sem saber sobre quem são seus pais, Anax chega à essa idade e tem uma oportunidade que é considerada única e decisiva na vida de qualquer um: a jovem consegue um teste para a seleção de novos integrantes para a Academia... Para a realização do teste, é necessário um imenso estudo aprofundado no tema escolhido pelo próprio candidato, e o tema de Anax se remete à um passado do qual a jovem sente uma conexão muito forte: a vida de Adam Forde.
   Depois de algumas gerações desde a criação de República, Adam foi a primeira pessoa em quebrar todas as regras do sistema ao arriscar sua vida salvando a vida de uma garota ao mar se aproximando da ilha. 
   Então na sala de teste temos três examinadores prontos para avaliar a jovem, o que eles não esperam é que Anax e sua conexão com Adam não é apenas uma coincidência, e anos após a morte de Adam, surge uma garota que também começa a pensar no real sentido da liberdade e instintos humanos. Dentro dessas quatro horas vamos voltar ao passado com revelações obscuras dessa nova sociedade e vamos embarcar por uma reflexão interminável sobre o valor do ser humano comparado a tamanha tecnologia que os rodeia...
   Sensacional é pouco para definir esse livro. Mas vamos lá...
   Ao chegar em sua última página, me vi tão obcecado com a história e tão preocupado com minhas próprias reflexões que não pude de deixar de pensar na real intenção do autor que é nos compararmos com a tecnologia e até que ponto somos úteis na sociedade.
   O livro é composto por uma imensa ficção, mas se formos parar para pensar nos caminhos e situações que ele tem, muitas vezes podemos confundir essa utopia futurística com a atualidade em que vivemos. Afirmo com absoluta sinceridade de que esse livro não é somente uma história com base em um mundo imperfeito, é mais do que isso, muito mais... É uma experiência e uma aventura que te conduz a conhecer o seu próprio cérebro, suas capacidades, seus medos e suas dúvidas em relação a tudo ao seu redor... 
   Porém infelizmente, sou incapaz de descrever toda essa experiência que tive com a leitura desse livro, é uma coisa que só lendo mesmo para saber. Pode ser que para mim seja diferente do que para você que está lendo, mas tenho certeza de que em algum momento vai sentir o mesmo que eu.
   Enredo... Se for para analisar tecnicamente o enredo, ele possui uma construção super simples e não é tão denso quando parece, mas por ser um livro com poucas páginas, tudo ficou exatamente perfeito. O autor nos relata uma história simples, mas com uma reflexão muito além daquelas páginas, e por isso admiro muito o autor com esse livro.

    Escrita... Nunca tinha lido nada do Bernard Beckett, mas sua escrita me atraiu e não me deixou a desejar. É uma escrita até que leve considerado toda a trama por trás da história. É fluída mesmo necessitando de uma atenção a mais do leitor e o livro é super rápido de ser lido.
Com muito orgulho, esse livro atinge a pontuação máxima de 5 diários, e nem preciso dizer que super recomendo não é?


Até mais Ledores! 

2 comentários:

  1. Olá Ju! Saudades de dar uma passada por aqui. Então, adorei sua resenha, é um livro nao está na minha lista, mas que eu leria! Foi bom pq vc expôs os pontos que gostou e tudo mais, gostei dessa edição (preciso que a Intrínseca me patrocine kk ) resumo: Quero ler!
    Abraços!
    http://coisasdeumleitor.blogspot.com.br/

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    1. Fala Jonatan, tudo bem?
      Ah, que bom que gostou! Esse livro é demais e me fez refletir bastante, se tornou um dos livros do qual eu preciso que as pessoas leiam e conversem comigo sobre ele.
      Até mais!

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